Brucelose

Publicado em 04/05/2023 - 11:57  |  Atualizado em 04/05/2023 - 11:57

Também conhecida como febre de Malta, de Gilbratar, febre mediterrânea ou febre ondulante, a brucelose é uma doença infecciosa causada por diferentes gêneros da bactéria Brucella – Brucella abortus (gado), Brucella suis (suínos), Brucella melitensis (caprinos), Brucella cannis (menos comum) – transmitida dos animais para os homens. A infecção ocorre quando eles entram em contato direto com animais doentes ou ingerem leite não pasteurizado, produtos lácteos contaminados (queijo e manteiga, por exemplo), carne mal passada e seus subprodutos.

O risco de contrair a infecção é maior no caso de homens adultos que trabalham com a saúde, a criação e o manejo de animais, ou nos abatedouros e casas de carne. No entanto, mulheres e crianças também podem ser infectadas, assim como é possível a transmissão vertical da enfermidade da mãe para o feto.

A brucelose humana é considerada uma doença profissional pelos órgãos da Saúde Pública.

Sintomas

O período de incubação pode variar de 5 dias até vários meses. Na forma aguda, de evolução insidiosa, os sintomas podem ser confundidos com os da gripe: febre intermitente/recorrente/ondulante, sudorese noturna (suor com cheiro de palha azeda), calafrios, fraqueza, cansaço, inapetência, dor de cabeça, no abdômen e nas costas.

Na forma crônica, os sintomas retornam mais intensos. Os mais característicos são: febre recorrente, grande fraqueza muscular, forte dor de cabeça, falta de apetite, perda de peso, tremores, manifestações alérgicas (asma, urticária etc.), pressão baixa, labilidade emocional, alterações da memória.

Brucelose é uma doença sistêmica que, nos quadros mais graves, pode afetar vários órgãos, entre eles o sistema nervoso central, o coração, os ossos, as articulações, o fígado e o aparelho digestivo.

Diagnóstico

Levantamento pormenorizado da história do paciente e avaliação clínica criteriosa são fundamentais para chegar ao diagnóstico. Exames de laboratório, como o hemograma, os testes de cultura para isolamento da bactéria no sangue, na medula óssea e em outros tecidos, e as provas sorológicas também são muito úteis para estabelecer o diagnóstico.

Tratamento e prevenção

Não existe vacina contra a brucelose humana. A prevenção da doença depende diretamente do controle e da erradicação da bactéria nos animais. Nesse sentido, são medidas importantes os cuidados com a higiene pessoal, com os utensílios de trabalho, com o preparo e a escolha dos alimentos, principalmente da carne e subprodutos e do leite (que deve ser pasteurizado ou fervido) e seus derivados. O tratamento da brucelose tem como base a associação de antibióticos (tetraciclina, gentamicina, doxiciclina) e deve ser mantido por seis semanas. Durante as crises da doença aguda, o paciente deve permanecer em repouso e bem hidratado.

Recomendações

– O abate sanitário do rebanho é a única forma de eliminar os focos de brucelose;

– A doença é uma zoonose de distribuição universal e as medidas de prevenção são as mesmas em todos os lugares;

– Os profissionais devem usar roupas, luvas e sapatos adequados, se o trabalho oferecer algum risco para a infecção.

O INSTITUTO MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, VIGILÂNCIA DE ZOONOSES E INSPEÇÃO AGROPECUÁRIA (IVISA-Rio), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio), é o órgão responsável pela proteção e defesa da saúde da população por meio da prevenção de riscos provocados por problemas higiênico-sanitários em atividades, serviços e produtos de interesse à saúde.

Os serviços do IVISA-Rio incluem ainda a educação sanitária, por meio de capacitações gratuitas para cidadãos e profissionais de diversas áreas, programas de Residência Uni e Multiprofissional e linhas de pesquisa; a inspeção e o controle de doenças transmitidas entre animais e seres humanos (zoonoses) e a investigação de surtos provocados por doenças transmitidas por alimentos, entre outras atividades.

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