Alerta de consumo de alimentos e bebidas após enchentes
Após enchentes e outros desastres naturais, a população precisa de acesso seguro aos alimentos e utensílios, e capacidade de decidir quanto ao destino destes e o que reaproveitar. Nas enchentes a contaminação dos reservatórios de água e do depósito de alimentos pode ocorrer, e a água de bebida pode não oferecer segurança aos seus consumidores. Desta forma descrevemos abaixo alguns cuidados recomendados com relação ao aproveitamento e consumo de alimentos e bebidas.
Recomendações gerais
– Não consuma alimentos que tenha tido contato com as águas da enchente
– Não consuma alimentos embalados em plástico, papel, papelão ou qualquer outra embalagem que absorva umidade e tenha tido contato com as águas contaminadas
– Descarte embalagens de alimentos e bebidas que contenham tampas de rosca ou tampas removíveis uma vez que não há possibilidade de desinfetá-las
– Alimentos enlatados e embalados em recipientes não porosos (plástico rígido, vidro), desde que as embalagens não estejam rompidas ou amassadas, podem ser lavados, enxaguados e desinfetados em uma solução de água sanitária industrializada a 2,5%, sendo 1 colher de sopa por litro de água potável. Podem ainda ser utilizados produtos industrializados para este fim, obedecendo as recomendações indicadas pelos fabricantes
– Beba água mineral engarrafada caso o reservatório tenha tido qualquer contato com as águas contaminadas. Caso não haja água mineral disponível, é necessário ferver água por, pelo menos, 1 minuto antes do uso
– Descarte as tábuas e utensílios de madeira, utensílios em plástico e aqueles destinados para crianças (bicos de mamadeiras, brinquedos de morder, chupetas) uma vez que estes não podem ser desinfetados adequadamente
– Em casos de falta de energia, descartar os alimentos perecíveis (carnes, ovos, laticínios, alimentos preparados etc.) que tenham ficado fora da temperatura de refrigeração (10ºC) por mais de 2 horas. Os alimentos crus nestas condições, mesmo após cozimento, podem causar problemas de saúde nos consumidores (intoxicação ou infecção alimentar).
Higienização
– Cessada a enchente, deve ser providenciada a adequada higienização e desinfecção, com sabão e água, de todos os pisos, paredes, equipamentos, utensílios de metal, cerâmica, louça ou vidro e mobiliários que tenham sofrido a ação das águas. Caso seja possível, utilizar água quente para a lavagem. Enxague e deixe de molho em água fervendo ou de molho em recipiente limpo, contendo 1 (uma) colher de sopa (10 mL) de água sanitária a 2,0 ou 2,5 %, por litro de água limpa, por 20 minutos. Deixe somente escorrer para secar.
– Após lavagem com sabão e água, em superfícies onde não seja possível lavar com água fervente, (Exemplo: interior de geladeiras), lavar com uma solução de água sanitária (1 colher de sopa por litro de água limpa).
– O uso de equipamentos de proteção individual adequados deve ser observado durante o desenvolvimento de todas as atividades que importem em contato com as águas de enchentes e a lama residual.
Cuidados gerais com medicamentos
Nesses períodos de chuva e inundações, pode ocorrer que os medicamentos sofram qualquer tipo de avaria, em virtude do contato com a água das chuvas.
As indústrias farmacêuticas, as distribuidoras de medicamentos e as farmácias e drogarias, de forma geral, possuem procedimentos operacionais especificando condições para armazenamento de medicamentos, cosméticos e produtos para saúde e esses procedimentos incluem a obrigatoriedade de armazenar esses produtos afastados do piso, das paredes e do teto, evitando assim avarias aos mesmos.
Entretanto, no momento da compra, o cliente deverá observar a embalagem, verificando a integridade das mesmas, constatando se há indícios de umidade ou manchas e nunca adquirir nenhum produto fora de sua embalagem original. Se houver qualquer desconfiança em relação a integridade dos produtos, o farmacêutico responsável pelo estabelecimento deverá ser consultado e, persistindo as dúvidas, a Vigilância Sanitária deverá ser acessada.
Em relação aos medicamentos existentes nas residências, caso tenham sido afetados pela chuva, não deverão ser mais consumidos, devendo o usuário procurar orientação na Vigilância Sanitária de como desprezar os mesmos.