Larva Migrans (Bicho Geográfico)

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Publicado em 04/05/2023 - 12:37  |  Atualizado em 04/05/2023 - 12:38

A larva migrans cutânea, conhecida popularmente por bicho geográfico, é uma infecção de distribuição mundial causada pelas larvas de parasitas que vivem nos intestinos de cães e gatos, como os helmintos Ancylostoma braziliense ou Ancylostoma caninum.

Transmissão

O ciclo de vida dos parasitas que causam a larva migrans cutânea começa quando animais infectados por helmintos eliminam os ovos do parasita nas fezes. As fezes contaminadas quando em contato com um solo quente, úmido e arenoso se tornam um meio ótimo para a evolução dos ovos, que eclodem, liberando as larvas. No solo, as larvas recém-nascidas se alimentam de bactérias, e ao longo de 5 a 10 dias, passam por duas fases evolutivas até se tornarem aptas a infectar humanos ou outros animais. Larvas na 3ª fase evolutiva (fase infecciosa) podem sobreviver no ambiente por até quatro semanas, se encontrarem condições favoráveis.

A contaminação do homem se dá quando há um contato da pele com o solo contaminado por larvas, habitualmente, quando andamos descalços sobre terreno arenoso. Praias, principalmente aquelas onde há fezes de cães e gatos na areia, são locais propícios para conterem larvas de helmintos. As regiões da areia onde há sombra, mas não há contato com a água do mar, são os melhores pontos para o desenvolvimento das larvas. Outro local comum de contaminação são as caixas de areia ao ar livre onde as crianças brincam. Gatos costumam procurar locais com terra ou areia para enterrar suas fezes, podendo facilmente contaminar estas áreas.

Cerca de 3/4 dos casos de contaminação com larvas de parasitas que provocam a larva migrans ocorrem nos membros inferiores, principalmente nos pés. Contaminações no tronco ou nos membros superiores ocorrem com menor frequencia. Nas crianças que brincam sentadas em caixas de areia ou na praia, os glúteos e as coxas são habitualmente acometidos.

As larvas na 3ª fase evolutiva conseguem penetrar a camada mais superficial da pele humana, mas não conseguem atravessar as camadas seguintes. Sem conseguir invadir mais profundamente, os vermes passam se movimentar ao acaso por baixo da pele, formando um pequeno túnel que dá origem a desenhos na pele, parecendo um mapa, daí o nome popular de bicho geográfico.

Sintomas

O momento da penetração das larvas pode passar despercebido, mas em alguns pacientes é possível notar a presença de uma pápula (um ponto com relevo de mais ou menos 1 cm de diâmetro) avermelhado e pruriginoso. Se o solo estiver intensamente contaminado por larvas, várias pápulas podem surgir na pele, indicando vários pontos de invasão.

Cada invasão origina um túnel, que são discretamente elevados, serpiginosos e provocam muita coceira. Os túneis avançam cerca de 2 cm a 5 cm por dia e podem formar desenhos caprichosos.

A duração do processo é muito variável, podendo ocorrer cura espontânea ao fim de duas semanas. Entretanto, quando desaparece espontaneamente, sem tratamento, pode reaparecer semanas ou meses depois. O sintoma que mais incomoda é o prurido (coceira), e o paciente ao coçar demais a área pode causar ferida e facilitar a contaminação da pele por bactérias (infecção secundária), levando a quadros de celulite ou erisipela.

Medidas preventivas

Os diversos fatores ambientais, culturais e econômicos condicionantes para essas enfermidades, bem como o crescente número de cães e gatos domiciliados e errantes; ausência de programas de tratamento periódicos desses animais com anti-helmínticos e o acesso livre de cães e gatos em áreas públicas, praias, clubes e até escolas, propiciam a sua ocorrência.

As medidas preventivas que devem ser instituídas para o controle dessas zoonoses são:

– A educação em saúde, priorizando o uso de calçados e hábitos de higiene adequados
– Exames parasitológicos de fezes e administração periódica de antihelmintos para cães e gatos
– Posse responsável
– Restrição da livre circulação de cães e gatos em áreas públicas como pracinhas, tanques de areia e praias
– Retirada dos dejetos dos cães nas ruas
– Conscientização dos profissionais da saúde sobre a importância do diagnóstico definitiv

O INSTITUTO MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, VIGILÂNCIA DE ZOONOSES E INSPEÇÃO AGROPECUÁRIA (IVISA-Rio), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio), é o órgão responsável pela proteção e defesa da saúde da população por meio da prevenção de riscos provocados por problemas higiênico-sanitários em atividades, serviços e produtos de interesse à saúde.

Os serviços do IVISA-Rio incluem ainda a educação sanitária, por meio de capacitações gratuitas para cidadãos e profissionais de diversas áreas, programas de Residência Uni e Multiprofissional e linhas de pesquisa; a inspeção e o controle de doenças transmitidas entre animais e seres humanos (zoonoses) e a investigação de surtos provocados por doenças transmitidas por alimentos, entre outras atividades.

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