Ambas as doenças são causadas pelo mesma espécie de parasita: Taenia solium ou Taenia saginata (apenas teníase).
A teníase (também conhecida como ‘solitária’) é provocada pela presença do parasita no intestino delgado. Geralmente é assintomática, mas pode causar dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarreia ou constipação.
Já a cisticercose é caracterizada pela presença da larva da Taenia solium nos tecidos. Suas manifestações dependem do local atingido, da quantidade de larvas, da fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro.
As formas mais graves estão localizadas no sistema nervoso central e se manifestam por meio de convulsões, distúrbio de comportamento, hipertensão intra-craniana e sintomas oftalmológicos.
Hospedeiros
O hospedeiro definitivo da T. solium e da T. saginata é o homem. O hospedeiro intermediário da T. solium é o porco ou o javali, e da T. saginata, o boi.
Como se adquire
A teníase é adquirida por meio da ingestão de carne bovina ou suína mal cozinha e com larvas. Enquanto a cisticercose se desenvolve a partir da ingestão de ovos do parasita por meio, por exemplo, de verduras e legumes mal lavados ou água contaminada.
Possíveis complicações
Teníase: obstrução do apêndice, colédoco, ducto pancreático.
Cisticercose: deficiência visual, loucura, epilepsia, entre outras.
Diagnóstico
Teníase: Coleta-se material da região anal e, por meio do microscópio, diferencia-se morfologicamente os ovos da tênia dos demais parasitas. Além disso, pode ser feito pela observação do paciente, que elimina proglotes espontaneamente nas fezes.
Cisticercose: Exames de imagem, como raios X (identifica apenas cisticercos calcificados), tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética (identificam cisticercos em várias fases de desenvolvimento) apontam suspeitas de cisticercose, a qual pode ser confirmada através de estudos sorológicos específicos (fixação do complemento, imunofluorescência e hemaglutinação) no soro e líquido cefalorraquiano.
Tratamento
Teníase: Mebendazol: 200mg, 2 vezes ao dia, por 3 dias, VO; Niclosamida ou Clorossalicilamida: adulto e criança com 8 anos ou mais, 2g, e crianças de 2 a 8 anos, 1g, VO, dividida em 2 tomadas; Praziquantel, VO, dose única, 5 a 10mg/kg de peso corporal; Albendazol, 400mg/dia, durante 3 dias.
Neurocisticercose: Praziquantel, na dose de 50mg/kg/dia, associado a Dexametasona, para reduzir a resposta inflamatória, consequente a morte dos cisticercos. Pode-se, também, usar Albendazol, 15mg/dia, associado a 100mg de Metilprednisolona, no primeiro dia de tratamento, a partir do qual se mantém 20mg/dia, durante 30 dias.
Prevenção
– Não ingerir carne crua ou insuficientemente cozida, ou proveniente de abate clandestino, sem inspeção oficial.
– Consumir apenas água tratada, fervida ou de fonte segura.
– Lavar bem as mãos, principalmente após usar o banheiro e antes das refeições.
– Lavar bem os alimentos, como verduras, frutas e hortaliças, com água limpa.
– Irrigar hortas e pastagens com água limpa e não adubar com fezes humanas.
– Construir sanitários com fossa séptica.
– Realizar o tratamento dos efluentes de esgotos de forma adequada para que estes não contaminem o solo, a água e os alimentos.
– Fazer periodicamente exames de fezes em moradores de área rurais.